28 de março de 2016

Reforma precisa-se

reformaNão é dessa reforma que eu falo, dessa de jogar dominó e usar boné e pulôver aos losangos. Preciso mesmo de uma reforma completa, sobretudo ao nível da pintura. Minha pintura está estalada, como o meu verniz, e é difícil manter uma conversa com alguém sobre educação ou sobre política de ensino sem borrar a pintura e a escrita. Preciso de começar pelo telhado, para poder fazer tudo o que me der na telha.  Tenho que me desvencilhar do fenómeno literário para poder dizer coisas sem  a semiologia à perna, à espreita dos meus erros, da minha má fortuna e do meu amor à agua-ardente.

Preciso também de um elevador novo, que vá desde aqui  até lá acima, à caixa dos pirolitos, ao painel solar, para elevar as minhas baixas sensações estéreis a pensamentos elevados e luminosos.

Estou entupido ao nível da canalização e de tudo que é bomba de líquidos.  Sei que possuo todos os líquidos da boa comunicação, líquidos e fluentes fluidos, tenho até algumas consoantes líquidas, consoante os casos. Mas eles plasmaram-se, pasmaram-se, e não transvazam de maré em maré. Já tentei o cif e o sopro, mas pouco escorreu do meu sifão.

Creio que o problema reside na instalação eléctrica, toda ela praticamente pre-diluviana. Os interruptores estão ferrugentos e preciso urgentemente de acender um sem número de lâmpadas, lanternas, focos e gambiarras por dentro do meu breu. 

(Creio que o vinho de pacote me anda a fazer mal…)

2 comentários:

aurimar disse...

Já lá vão quatro meses de publicação deste e de muitos textos que já pensava tinha desistido de produzir. Estão uma maravilha!!!! Vou continuar a consultar, porque , afinal, a velhice se chegou e é esta....então vale a pene ser velho11 ABRAÇO, JOVEM JOÃO. Aurísio.

Anónimo disse...

O meu velho jovem Aurísio. Obrigado pelas palavras. Vou tentar retomar...
o autor