Olá. Entorpecido das férias, estava ainda na iminência de permanecer mais um pouco no doce molho da preguiça. No entanto, comecei a notar que havia uma pessoa com saudades das crónicas do “sofalo”: eu. Arrastei-me, então, até um computador, bocejei e pus-me a pensar sobre o que escrever, de modo a que a única razão não parecesse ser exclusivamente aquela. Surgiram dois ou três assuntos, algo decrépitos, mesmo maltrapilhos, que traziam consigo actualidade e estupidez suficientes para serem seriamente encarados: as bocas eleiçoeiras para presidentes de câmara; a rentrée do ano lectivo; a troikiana nona avaliação. Se fosse o Trala, não haveria certamente dúvidas de que ele escolheria a rentrée dos sobreviventes, cada vez em menor número e cada vez mais gastos. Porém, mais afastado das questões educacionais do que estava o “trala”, o “sofalo” preferiu as eleições e a nona avaliação, juntando, por questões economicistas, os dois assuntos no mesmo infortúnio literário – este post que o leitor agora contempla.
Pois a mim, tudo parece de uma simplicidade tocante: os portugueses (metade deles) avaliaram o Governo, acharam que era assim assim e votaram outro, que é rigorosamente o mesmo; o Governo avaliou o desastre iminente, achou assim assim, falou que estamos mal, que estamos bem e acabou por considerar que talvez; a Troika saiu sem avaliar ninguém, feliz por não ter que o fazer. Ora, como quem cala consente, o Governo declarou a “avaliação” positiva, continuou à procura de chifre em cabeça de cavalo e veio afirmar que já se vê um túnel ao fundo do túnel. O povo, é claro, rumou a Fátima, à procura de soluções divinas. (Deus existe, mas não está cá. E faz cá uma falta…)
post 11 (imagem domínio público)