2 de novembro de 2014

As notícias da nossa alegria

 

Lin Chuxue, vice-presidente da China Three Gorges

1. Hospital de Aveiro – os mortos já não passam pelas Urgências

Esta notícia encheu-me de felicidade. De facto, se há alguma coisa que um morto não tem é pressa. Os vivos, sim, precisam das urgências, porque para eles tudo é para ontem. Coitados, ainda não atingiram o estatuto e a dignidade dos tranquilos..

2. O algoritmo estava errado.

Outra imensa, inundada sensação de regozijo e bênção. Vejam só, um algoritmo, a definitiva, a irrevogável certeza das ciências exactas, a coisa mais próxima de Deus que eu conheço, estava errada, vergonhosamente errada. Sendo que eu próprio não estou certo nem  da idade que tenho (pelo menos diante das mulheres), nem de quantos dentes tem uma galinha,  nem de que aula vou ter agora, nem mesmo da que tive anteriormente, não posso ficar mais feliz ao saber que um irrepreensível algoritmo, uma coisa que traz o nome de uma privilegiada autoridade intelectual, era falsa, enfim, um mero artigo de fancaria que, ainda por cima, estragou a vida a um monte de gente. Ao contrário, que crime pode haver em eu não saber onde fica a sala de professores? Esse facto liberta temporariamente os meus colegas de, pelo menos, mais um pesadelo. Entre o algoritmo e eu o bom diabo escolhe a mim…

3.  Chineses satisfeitos com EDP mantêm Mexia à frente da empresa.

Ora ainda bem que há alegria e que estão todos felizes. O Mexia ainda mexe e  a EDP dá lucros aos chineses. Pelo menos dois aspectos altamente positivos: 1. a manutenção de Mexia na EDP previne, pelo menos em parte, a possibilidade de ele estar em qualquer outro lado; 2. Chineses satisfeitos representam uma mais-valia notável. O facto deve certamente acicatar-lhes o desejo de adquirirem as outras empresas nacionais, sobretudo as que já dão lucro, mesmo sem Mexias. Uma vez que vou ter que conviver cada vez mais de perto com os chineses, prefiro-os a rir. São muito mais divertidos assim. Vocês já viram um chinês mal humorado? Eu já. Um chinês descontente não nos paga nem uma cachaça branca. Mas bebe-a se lha pagarem (e com um sorriso nos lábios). Cachaça é volátil, meu povo. Chinês é volúvel, minha gente

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