São situações ligeiramente diferentes. Para mim, a primeira é simples e incontestada. Se um indivíduo me diz que é um homem, eu falo-lhe do próximo jogo do Sporting. Se me diz que é mulher, eu ponho-me a contabilizar as hipóteses que tenho com ela. (Normalmente são diminutas, mas a culpa nunca foi minha...)
Quanto ao género, cada ser vivo é que sabe de que género é e quando ou quanto seria confortável mudar.
Já em relação aos seres não vivos, vai continuar a haver a terrível discriminação de género. Estes seres não têm uma lei que lhes acuda e não experienciarão nunca a graça de poder alterar os seus géneros a partir dos 15 anos de idade. Uma cadeira será sempre feminina ainda que já vá nos trinta e tal anos de idade, como por exemplo esta onde me sento.
No plano pessoal e meramente egocentrista, prefiro, de longe, estar sentado sobre um ser inerte que declaradamente pertença ao género feminino. Em relação aos seres vivos e humanos só assumo a velha e consuetudinária relação com o género feminino, embora, nestes casos e ao contrário da minha opção pela cadeira, a opção pela mulher não passe nunca por me sentar sobre ela. Será falta de imaginação? Inexperiência? Inépcia?
A autodeterminação de sexo é muito complicada e difícil de entender pelo meu cérebro masculino, limitadíssimo como todos os cérebros masculinos. Não vejo como um homem possa decepar os seus apetrechos, cavar uma fenda, muni-la de um aprazível túnel e fazê-lo desaguar** num útero. E como pode, de um modo autodeterminado, uma mulher tapar aquele adorável fosso, atarraxar uma inestética sacola, presa a uma inestética tubagem de vinte centímetros, cujos donos sofrem horrores na tentativa de a esconder ou, pelo menos, dissimular?!
Acredito que um dia os ínfimos cérebros masculinos possam descobrir a facilidade extrema desta mutação. Mas amanhã não será a véspera desse dia...
(Disclaimer: Não tenho nada a ver com o que acabaram de ler. Foi culpa do meu amigo Alter-ego, o vinho.)
** Só num cérebro masculino é que túneis desaguam...
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